
Mano do céu! O barato é louco e o processo é lento. Cê tá ligado no movimento? Não? Cara, então vou te dar a letra.
Diz
que tá rolando mó treta lá na Capital. Só vê neguinho no corre, de um
lado pro outro, procurando brecha pra cair fora das arenga braba. Tem
até milico grandão pedindo pano pra ficar de bico calado pra não ramelar
no papo na frente dos astutos.
Enquanto uns falam: "cola em mim
que eu te garanto", outros arrastam metendo o louco com uma pá de mentiras
pra cima dos mano que chamam no papo reto.
E o presida!? Cheio de
caô pra cima de nóis. Metendo o biruta enquanto dá ruim pra rapaziada
sem pico e sem trampo. O cara tá na Disney. Se pá, só colando o mano na
grade pra ver se vira.
Na boa? Nessas horas não pinta um maluco
pra jogar a real. Só brota uns mané falando "vem com o pai", mas o que
pega memo é correr na subida sem rango nem xepa pra rebolar o queixo.
Enquanto
isso, vai vendo, bem na manha, bem na maciota, os burgas, de rolê, só
metendo a mão na grana, lançando logo umas doze carreiras pros mauricinhos
e patrícias. E eles lá. Festona boa, e a lousa cheia de giz. "Apaga a
lousa, mané!". Ainda têm a manha de mandar na self um tamo junto traíra.
E
a galera da rua, aquela que manda um salve só pra quem é, ainda se vira,
na febre e no atropelo, pra se garantir. Cê é louco, tio! Pra esses mano
não tem tempo ruim. Pode pá que quem é do sereno dá seus pulo e faz
seus corre pra sobreviver.
E é isso memo! O barato é louco, mas
aqui ninguém tá tirando. Quem é, continua mandando a real e encarando a
sua luta. Salve, rapaziada! É nóis!

Se passaram exatamente cinco meses desde a publicação, neste blog, daquele outro
texto a que chamei de "Cem mil". Nesse período, muita pedra rolou morro
abaixo e muita água (podre) passou incólume sob as pontes inalcançáveis
que ligam margens e marginais.
Carregado por essas pedras e águas
que poderiam ter sido controladas ou ao menos parcialmente contidas em
suas evoluções, o número de mortes dos acometidos pelo vírus pandêmico,
simplesmente, dobrou.
Enquanto isso, muitos se envolveram em
fervorosos debates a respeito de medidas e atitudes com relação à
doença. O, agora, pesquisador e estatístico, ocupante da cadeira do
Planalto, sim, porque de acordo com suas pesquisas, "... pelo que sei. E
esta pesquisa que eu faço, faço na praia, faço na rua, faço em tudo
quanto é lugar.", menos da metade da população deseja ser vacinada.
E que rolem as pedras!
Testes
ficaram armazenados a ponto de ter sua validade prorrogada para que não
se perdessem, enquanto a população padecia e morria antes mesmo de ser
testada. O ministro da Saúde, especialista em logística, não tinha
controle disso. Aliás, não tem controle nem sobre seus atos, pau-mandado
e subserviente que é.
O desdém e a negação da doença, principais
características do tal desgoverno, da inaptidão, da incompetência e
da desinteligência, continuam a matar indiscriminadamente, inclusive
entre os fervorosos apoiadores do caos. Os contra as máscaras, os contra
as vacinas e os contra a Democracia. Mas, "e daí?". Ninguém aqui é
Jesus Cristo.
"Querem me tachar de genocida." Como assim? Que
absurdo! Quem foi que disse que era só uma gripezinha? Quem foi que
comemorou a suspensão dos estudos da vacina do Butantan? "Mais uma que
Jair Bolsonaro ganha." Quem foi que chamou o País de maricas quando mais
de 160 mil já haviam morrido? Quem foi que defendeu insistentemente o
uso de remédio sem comprovação científica? Quem foi que convocou
manifestações antidemocráticas para causar aglomerações? Quem foi que
jogou a responsabilidade das ações contra a Covid para prefeitos e
governadores? Quem foi contra o isolamento social apoiado na vã
filosofia de que todos morreremos um dia? Quem é que diz que a pandemia é
superdimensionada pela imprensa "canalha"?
Genocida!?
Que
passem as águas, enquanto enterramos e choramos nossos mortos e
compartilhamos da dor de cada familiar e amigo desses mais de duzentos
mil que se foram, vítimas da podridão delas.